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Crises – Apenas uma visão estratégica

Vicente de Paulo Silveira | 25 de outubro de 2015 | 0 Comentarios

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De 1964 a 2015, inclusive, são 52 anos de vida no Brasil. Neste período foram sequências de crises políticas, institucionais e econômicas quase na totalidade deste tempo.

Se separarmos os bons momentos, como no futebol, teremos perto de 10% de tempo em que o Brasil, toda a gente brasileira, passou por prosperidade e, a realidade, ainda apresenta pesadelos de grande porte logo após os bons momentos: compramos a casa própria, o carro, e milhões têm que devolver por não conseguir honrar os compromissos mensais das prestações, sem contar que elimina passeios, compras em shoppings, etc.

Desgastes que corroem a confiança e destroem a esperança! Acende a luz amarela quando, da próxima vez, estivermos alimentando o desejo de reconquistar o bom momento.

 

Mas, perguntamos: onde está a raiz desta situação?

Está no modelo de gestão pública!

Sim, inclusive este modelo é responsável por todos os fatores que geram o desequilíbrio social.

A saúde, a educação, a segurança são elementos somente de marketing político. Não são objetivos que norteiem Planejamentos Integrados, realizados a partir do Município para o Estado e União, com sinergia, integração, reduzindo os custos de manutenção e maximizando os investimentos que são realizado, além de tapar os ralos administrativos e a corrupção intencional.

Saúde, Educação, Segurança, Mobilidade, Violências urbanas e rurais, corrupções não só financeiras, as crises econômicas e sociais, violências generalizadas, etc., etc., etc.

A visão da economia tem um só foco: investimentos em atividades que geram dinheiro, cada vez mais e gastos cada vez maiores e desproporcionais em relação a centenas e talvez milhares de condicionantes que não são observados e que fazem corroer todas as medidas de estabilidade sustentada. Inclusive a natureza!

Como pode o Estado que não cumpre com a sua obrigação de garantir os direitos constitucionais do brasileiro querer cobrar os deveres destes mesmos brasileiros? Perdeu-se a referência.

O modelo de gestão gera o modelo cultural e, como todo modelo, é constituído de valores éticos praticados pelo conjunto daquela sociedade.

Sendo assim, podemos afirmar que a saída para o Brasil é a revisão e avaliação deste modelo, criando um Planejamento Integrado capaz de “normatizar” e “reposicionar” o Estado Brasileiro a ser a referência para todos nós pelo senso de utilidade pragmática, fazer com que tenhamos orgulho e prazer de trabalhar e pagar os impostos.

É um desafio que todo brasileiro precisa aderir, pois estaremos democratizando de fato o país.

Se não fizermos com que este desafio seja o nosso objetivo, nada vai adiantar ir às ruas pelos sintomas e consequências dos desequilíbrios se não atacarmos, de fato, os verdadeiros fatos geradores que estão no modelo de gestão pública no Brasil.

Quando criarmos um modelo adequado, atualizado para atender às nossas demandas, estaremos, consequentemente, impulsionando as gestões privadas para o mesmo caminho.

É, portanto, uma questão lógica e que se traduzirá em melhorias sustentadas e garantir a acessibilidade.

Podemos citar alguns indicadores de que este modelo está defasado, obsoleto, inadequado, ineficiente, sem interatividade, desconectado, à margem da realidade, surdo, falante ensimesmado, desvirtuado, enfim, precisa ser recriado.

Tudo isto não quer dizer que as pessoas que estão nas instituições públicas não trabalham ou são as responsáveis pelo modelo. Não há críticas pessoais, mas quanto estas pessoas que são ligadas a este modelo, elas cumprem o que o modelo determina e, portanto, novos horizontes precisam ser desenhados e traduzidos em objetivos e missões corporativas. Há um esforço muito grande para resultados medíocres.

Começamos pela hierarquização que encampa as delegações de competência e alçadas, com a dosagem das autonomias e as interdependências subordinativas entre os três níveis União, Estado e Municípios. Há conflitos que impedem a acessibilidade do cidadão a seus direitos constitucionais e incluem manipulações que têm consequências cruéis na vida social.

As eleições separadas, de dois em dois anos, impede a formatação ideológica. Não são embasadas em planejamentos, e as eleições são pautadas em um marketing que traduz somente a percepção das pessoas, não são balizadas por diagnósticos que externem os verdadeiros motivos da percepção popular. Outro fator é o fatiamento político das representatividades regionais em relação ao nível hierárquico superior, ou seja, os municípios são administrados por um grupo político que é ou não do mesmo grupo daquele que está no comando estadual: esta situação provoca maior ou menor apoio do nível superior, sendo assim nos outros níveis da estrutura.

A oposição fecha o cerco político para impedir que a chamada “situação” tenha êxito em projetos e ações favoráveis à comunidade, já pensando nas próximas eleições, pouco se importando com os beneficiários donos deste país: os cidadãos brasileiros. Querem combustível para as próximas campanhas e subsídios para o marketing.

Em grande maioria as Prefeituras são isoladas do contexto institucional e não são utilizadas adequadamente como instrumento da estrutura matricial cujo nível hierárquico está exatamente onde os fatos geradores dos desequilíbrios sociais têm origem e que torna-se uma ambiência propícia para o enraizamento de mais fatores que fortalecem e ampliam a geração destes desequilíbrios sociais.

A saúde, a educação, a segurança são elementos somente de marketing político. Não são objetivos que norteiem Planejamentos Integrados, realizados a partir do Município para o Estado e União, com sinergia, integração, reduzindo os custos de manutenção e maximizando os investimentos que são realizado, além de tapar os ralos administrativos e a corrupção intencional.

Há uma separação nítida entre o “social” e a “economia” empreendedora. Constata-se que a oposição, em qualquer época, sempre torce para que a “economia” esteja ruim para que tenha chances maiores de se chegar ao poder. Pouco importa a vida dos cidadãos.

Assim, a grande maioria das atitudes que saem deste modelo não tem compromisso com os resultados pragmáticos em cumprir a acessibilidade aos direitos constitucionais, ou seja, criam-se as leis e o seu cumprimento fica em segundo plano. Dá-se a impressão ser gestão “Pôncio Pilatos”, ou seja, basta reduzir, por exemplo, a maioridade penal, sem considerar as consequências após o início da vigência, com aumento de pessoas com privação da liberdade, as deficiências do sistema prisional e o aumento dos custos de manutenção.

Precisamos buscar aprofundar as informações para tomada de posicionamento em razão da fonte destes desequilíbrios e adotar as atitudes necessárias para que estas mudanças aconteçam, pois as próximas gerações não podem ficar expostas a um modelo superado, sem qualquer condição de reverter o que está acontecendo no Brasil.

O correto é resolver o antes da ocorrência dos fatos – verdadeira justiça – que é cumprir a constituição concedendo educação e infraestrutura e apoio educacional para as famílias socializarem seus filhos, além, é claro, do atendimento aos demais direitos.

Destaca-se que as atitudes preventivas são investimentos que, neste momento, seriam sustentados pela reversão dos custos, ou seja, a partir da redução da demanda que originam os desequilíbrios estes recursos financeiros retornariam para o financiamento do desenvolvimento humano e tecnológico. Não se pode economizar e apropriar-se desta sobra para outras coisas, senão o Planejamento perde a característica de sustentável e não acompanha a evolução social.

A impunidade, por exemplo, que conduz o clamor social foca exclusivamente nas atuações violentas praticadas, na grande e quase total maioria, por pessoas que permanecem à margem da acessibilidade aos direitos constitucionais, não alcança as violências praticadas por classes mais elevadas, incluindo os políticos, e outras estruturas corrompidas e manipuladas pelo poder econômico. Faz-se justiça ao registrar que estamos vivendo um momento diferente na apuração da corrupção e alimenta-se a esperança que surgirão modificações preventivas que evitem a ação da corrupção no estado brasileiro.

A visão da impunidade apresenta grau elevadíssimo de miopia, pois na sua abrangência a responsabilidade é o atual modelo de gestão pública no Brasil. Aliás, todos os desequilíbrios sociais têm origem e responsabilidade neste atual modelo de gestão. Erroneamente atribui-se à Justiça e às leis brandas, mas devemos é adequar a qualidade de vida na sociedade a estas leis, concedendo saúde, educação e, consequentemente, segurança. As polícias não conseguem reprimir a violência, pois seria somente para exceções, não para este volume atual. Estas afirmativas não querem dizer que a Justiça não precisa se atualizar.

Precisamos buscar aprofundar as informações para tomada de posicionamento em razão da fonte destes desequilíbrios e adotar as atitudes necessárias para que estas mudanças aconteçam, pois as próximas gerações não podem ficar expostas a um modelo superado, sem qualquer condição de reverter o que está acontecendo no Brasil.

Lembre-se que não podemos nos responsabilizar em deixar esta herança para nossos filhos e netos e nem continuarmos vivendo desta forma! Nascemos para ser feliz, curtir a vida, a natureza e desfrutar com nossos irmãos brasileiros de uma sociedade alegre e harmoniosa!

Somos, hoje, uma sociedade sem liberdade, sem segurança, desesperançada, medrosa, tudo por conta deste modelo absolutamente incapaz de produzir o que a sociedade precisa.

Como fala o poeta Roberto Carlos:

 

“Eu quero crer na paz do futuro
Eu quero ter um quintal sem muro
Quero meu filho pisando firme
Cantando alto, sorrindo livre…”

 

O projeto é de ampliação de nossas instituições para corrigir esta incapacidade atual e em formato apropriado para as alterações no modelo de gestão.

O modelo atual apresenta vários pilares que sustentam e dão origem aos desequilíbrios sociais. Podemos citar alguns, como exemplos: a total ausência de Planejamento Integrado, a hierarquização de alçadas e competências, as autonomias na gestão de direitos constitucionais que desviam e impedem a acessibilidade aos brasileiros, o modelo político, as eleições divididas em duas etapas, o potencial estático do governo e não dinâmico, a baixa escolaridade e de educação, a insegurança, a desesperança, o sentimento de impunidade, e outros tantos que fomentam os desequilíbrios.

 

Tem solução?

Claro que tem! Medidas de mudanças de posicionamento ou o reposicionamento do Executivo Federal na condução de seus Ministérios e Instituições Públicas alavancaria esta mudança em três tempos: curto, médio e longo prazo, ou seja, sustentabilidade. É um desafio de grande monta, mas que é o caminho, com certeza absoluta, mais eficiente e de menor custo, muito menor que a busca de soluções atualmente em andamento.

Este reposicionamento, com total certeza, conduzirá a um repensar generalizado, até por que é óbvio que quando a liderança se movimenta provoca uma reação em toda a estrutura e este movimento, quando positivo e proativo, acelera a retomada da normalidade institucional.

Precisa, apenas, de mudança de postura do Governo Federal. Os aliados estarão juntos e caminharão para que os opositores enxerguem que a única saída será a apresentação de soluções e não de dificuldades ou de obstáculos. Todos sentirão que a solução é o único caminho para que a população reconheça o trabalho e voltem a eleger os bons, passa a ter o Estado Brasileiro como referência e voltar a acreditar no presente e no futuro.

Existem centenas de projetos de excelente qualidade, profissionais qualificados, porém estamos assistindo a inércia total por falta de Planejamento Integrado que faça com que as Instituições se interajam e consigam produzir a acessibilidade dos Brasileiros aos seus Direitos Constitucionais.

O senso de utilidade gerado por ações pragmáticas no sentido da solução é o pilar para as eleições e, por isto, devemos buscar este modelo que transformará as campanhas e debates políticos em plataformas de Planejamentos que tenham projetos reais e que respondem aos fatos geradores dos desequilíbrios e aquelas demandas necessárias e estritamente necessárias para produzir o desenvolvimento e dar acessibilidade aos direitos constitucionais.

Esta estrutura dará, aos cidadãos brasileiros, a certeza que, ao escolher a melhor proposta, esta será cumprida e o cidadão terá mecanismos de acompanhar e controlar. O respeito pelo voto, mecanismo de decisão do cidadão, precisa ser resgatado, valorizar a opinião do brasileiro e sentir que atitudes indesejadas gerarão reflexos nas urnas nas eleições seguintes. A alimentação da informação pela transparência terá na outra ponta pessoas em condições de exercer a cidadania, as escolhas que deverão estar sustentadas em opções concretas, coerentes e em sinergia e sincronia com as demandas sociais, principalmente no sentido preventivo e não corretivo: a prevenção é a verdadeira justiça.

A imprensa irá caminhar na direção de dar boas noticias, em um sensacionalismo positivo, ao invés de encher os telejornais e jornais de notícias tristes, tais como corrupção e mazelas sociais.

Para que alcancemos estes objetivos, precisamos apenas de ter um estadista que tenha esta visão, assessorar-se adequadamente e afinado com a população para que esta nova postura e o reposicionamento do Governo Federal aconteça de forma inteligente, tendo as pessoas como elo e objetivos fundamentais das instituições e como caminho nas relações entre os diversos níveis da hierarquia administrativa.

Finalmente, embora este assunto não se esgote nesta abordagem, tudo que está colocado é gestão econômica: quando falamos em reversão dos custos em investimentos, muito além de simples rubricas contábeis e econômicas está a ambiência para investidores, a melhoria da produtividade, o equilíbrio interno e menos vulnerável ao contexto internacional, distribuição de renda efetiva e segura, ao aumento do consumo seletivo interno na manutenção das indústrias e do comércio gerando e mantendo os empregos de forma sustentável, substituição de importações essenciais ao fortalecimento em relação à economia externa, ampliação de mercados, etc.

Os objetivos e as metas precisam ser ajustados a níveis de sustentabilidade do projeto, ou seja, fazer com que os resultados sejam mensurados pela efetividade das conquistas e não meramente estatísticas. Para isto o acesso ao controle e à participação do cidadão é fundamental e deve parametrizar as ratificações ou retificações dos Planejamentos Integrados.

Este modelo não funciona em total ausência de sintonia com as necessidades e demandas sociais no Brasil e, lógico, como demonstrado provoca crises de tempos em tempos e jamais teremos o tão esperado desenvolvimento sustentado.

Existem centenas de projetos de excelente qualidade, profissionais qualificados, porém estamos assistindo a inércia total por falta de Planejamento Integrado que faça com que as Instituições se interajam e consigam produzir a acessibilidade dos Brasileiros aos seus Direitos Constitucionais.

Estava com este texto pronto para publicação no site quando, lendo o Jornal Estado de Minas deste domingo, 25 de outubro de 2015, resolvi copiar a manchete e o destaque publicados na página 3, Política, onde o Vice-Presidente da República Michel Temer, Presidente do PMDB, afirma: “Nos últimos 50 anos, vivenciamos muitas crises. Mas, em todas elas, o PMDB foi fundamental para tirar o país dessas crises.”  (Fonte: Jornal ESTADO DE MINAS, Número 26.917. 2ª Edição, de Domingo, 25 de Outubro de 2015)

Esta afirmativa do Vice-Presidente vem corroborar com as afirmativas, pois “o PMDB foi fundamental para tirar o país dessas crises”, sinalizando que outras virão e o seu partido estará novamente sendo a solução para essas crises.

Precisamos encontra este caminho e esta jornada, com certeza, tem que passar pela ampliação de nossas instituições, após a mudança na forma de gestão pública e política do país, lembrando que a mudança no Executivo é a mola propulsora deste avanço esperado e necessário para a melhoria das condições sociais no Brasil.

O Brasil merece a nossa participação! Este país é lindo, é uma benção de Deus! Nós merecemos! Precisamos urgente participar e sair da fala para a prática.

Vamos nesta. O desafio de avançar nestas propostas nos levará a um Equilíbrio Social cada vez mais consolidado.

Contribua, critique, faça sugestões.

 

VPS

 

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Vicente de Paulo Silveira

Vicente Silveira é o fundador da GZ Equilíbrio Social. Tem como principal motivação o desenvolvimento social através da ressociação e cultura, priorizando a reestruturação da principal célula societária, a família.

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