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As Lembranças

Vicente de Paulo Silveira | 12 de janeiro de 2021 | 0 Comentarios

Existem tantas lembranças que não é possível sincroniza-las no tempo. Algumas é possível e normalmente são aquelas que mais marcam presença na lucidez do raciocínio.

São lembranças que vêm de dias vividos ao lado de grande amor.

Dentre todos estes amores, todos diferentes, vindos de pessoas que aqui encontrei ao nascer e as fui conhecendo instante a instante. que fui crescendo e percebendo em minha consciência as suas presenças e o quão foram e são importantes para minha vida.

O tempo passa e passou, e as lembranças são nítidas, presentes, constantes e que me acalenta e me fortalece para seguir vivendo em equilíbrio, projetando e idealizando atitudes, comportamentos, conhecimento, despertando tolerância, empatia, amor próprio e ao próximo, seguindo como se fossem ordens cumprir o que pensam e pensaram sobre uma vida feliz, segura, sincera e próspera.

Neste vasto terreno das lembranças o aprendizado se reforça e o caminho é dirigido para que a vida seja sempre um presente de Deus.

Como são ordens, vindas de autoridades autênticas e legítimas, de exemplos e atitudes saudáveis, não podem ser descumpridas.

Ah! Os amigos, as confidências, as experiências, os medos gerados pelas crenças motivadas pelo completo desconhecimento da realidade crua, sonhos, as esperanças, os amores, os ideais, as intenções, os choros, os cânticos, as poesias, as lições de escola, os colegas, o recreio, aquela professora que nos guiou nas primeiras linhas de aprendizagem das letras e dos números, da lógica e dos silogismos necessários às interpretações e aprendizados que fizeram com que voássemos na vida em busca de satisfazer todos nossos instintos de sobrevivência e evoluirmos a cada dia.

Passaram muitos e ainda irão passar outros.

A cada minuto as lembranças têm a seu volume incorporados a outras que chegam.

Saudades nobres, traumas, lembranças distorcidas que nos esforçamos para esquecer.

Impossível graduar e separar o que devemos lembrar do que devemos esquecer, principalmente as lembranças ruins que têm como participantes as pessoas que amamos fortemente e que fizeram partes inseparáveis de nosso eu, de nossa vida, que compuseram o que somos em nossa existência humana e espiritual.

São muitos os condicionantes que nos vinculam às lembranças. Muitos nos impede de esquecer, pelo contrário, reforça e as faz sempre nítidas e vigentes, sendo boas ou más, salutares ou desprezíveis.

Uma lembrança carrega a importância que dela faz parte e que nos sustentou no passado. Muitas lembranças são divididas em pedaços, pedaços que constituem o todo, nos faz perceber detalhes na visão holística, e deixa-nos divididos quando buscando as razões pelas quais os momentos foram construídos na fase em que a vida ocorreu e as emoções e os sentimentos fizeram a ambiência participativa daquela relação.

Muitas delas, nem sempre, estávamos na ambiência física local.

Assim, hoje, somos o passado! Assim, hoje, vivemos o presente! Assim, o presente instante torna-se passado imediatamente, passando a pertencer ao rol das lembranças que guardamos. Assim, projetamos o futuro, sempre desejando corrigir o caminho para que o no futuro o presente venha a povoar nosso passado de boas lembranças.

Nesta dinâmica constante e dinâmica quântica rogamos sempre a presença de Deus para nos conduzir e aos nossos semelhantes para o exercício do amor próprio e ao próximo, aos sentimentos de empatia, de gratidão, de solidariedade, de perdão mútuo, de consciência espiritual e material.

Somos sócios, por isto vivemos em sociedade. Uma sociedade para ser bem sucedida é preciso que os objetivos pessoais sejam satisfeitos pelos objetivos comuns.

É preciso ter objetivos e seguir o caminho para alcança-los, e para isto precisamos ser resilientes e nutrir valores capazes de fazer suportar toda tentativa de desvios e, até, poder retornar com sabedoria ao caminho correto quando estas tentativas de desvios tiverem algum êxito.

Temos as fontes que afloram as lembranças que, as vezes, não dançam em nossa memória presente:  o encontro com amigos presentes ou quando com antigos e surgem em algum contato, real ou imaginário; as músicas, ahah, as músicas! Estas são mágicas e nos fazem lembrar de detalhes, do ambiente, da rua, das praças, das serenatas, do futebol, dos jogos, das danças, da escola, das chuvas, do sol, da igreja, dos sinos, das procissões, dos amigos em comum, dos bares, das beiradas sutis daquele tempo remoto, das farras, das dores de cotovelos, das paixões, dos abandonos de amor, das incompreensões, das mágoas e da felicidade.

Somos este misto de passado que ficou e volta sempre, do presente instante que passa imediatamente ao passado e do futuro que buscamos não trilhar os mesmos caminhos indesejados ou nos faz pedir para viver de novo outros que nos fizeram felizes.

Somos amor e não queremos outra sensação!

Não temos respostas lógicas porque não foram diferentes as experiências indesejadas, mesmo que rascunhemos motivos que compuseram as nossas decisões erradas e infelizes.

O pensamento fica buscando um cenário diferente quando as lembranças são indesejadas e nos causa sofrimento, ficando buscando alternativas que não mais poderão ser aplicadas porque já passou, faz parte do passado e passou pelo presente instante e, nesta hora ou antes não preparamos por algum motivo, não escolhemos outros caminhos que pudessem amenizar ou evitar que as mesmas fossem armazenadas no local “indesejadas”.

Precisamos aprender e nos harmonizar com a natureza!

Ela, a natureza, dela fazemos parte, somos ela e nesta dependência precisamos ser coerentes em viver aprendendo, nos protegendo mutuamente, em matéria e espiritualmente. Morremos quando paramos de respirar, de alimentar e de interagir com a natureza!

As lembranças nossas fazem parte de nossa natureza!

Belo Horizonte, 13 de Novembro de 2020.

Vicente de Paulo Silveira

vpsvspv@gmail.com

Vicente de Paulo Silveira

Vicente Silveira é o fundador da GZ Equilíbrio Social. Tem como principal motivação o desenvolvimento social através da ressociação e cultura, priorizando a reestruturação da principal célula societária, a família.

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