Uma das mais conhecidas regra em administração não recebe, no poder público, o cumprimento rigoroso que é a delegação de competência e alçada.
Não se delega nenhuma atividade sem que o delegado esteja preparado em capacidade de conhecimento, técnica e com infraestrutura adequada.
Isto quer dizer que a hierarquização atual de delegações precisa ser revista ou a ela incorporados novos métodos de gestão, capaz de fazer acontecer independente da alternância de poder e na substituição de mandatários que seja pelo voto direto, quer seja pela nomeação ou provisionamento através de concursos públicos.
Ainda mais grave se torna este modelo quanto à centralização das arrecadações são realizadas e a distribuição dos recursos é por percentuais e critérios definidos em lei, o que torna mais necessária, esta revisão do modelo na gestão destes recursos.
A centralização é necessária, pois uma das funções mais nobres do poder público é a de ser equalizador das distorções sociais, principalmente sendo o Brasil um país continental, apresentando diversas regiões de características culturais, geográficas, econômicas e de desenvolvimento peculiar em cada região, sendo, portanto, necessária a estrutura matricial no modelo de gestão.
Esta estrutura existe. Governo Federal, os Estados e os Municípios.
Falta Planejamento Integrado! Os Ministros, Governadores, Prefeitos e as Instituições não podem ser independentes, mas cumpridores de um Macro Planejamento! Devem ser, portanto, participantes ativos na aplicação deste Planejamento e retroalimentadores para a sua condução e correção de rumos, adaptando sempre à evolução da sociedade, que, nesta evolução, provoca desigualdades que precisa ser corrigida pelas Políticas Públicas contidas neste Planejamento Integrado.
Os governos têm que sair da sua capacidade potencial estática para dinâmica, fazendo com que haja controles efetivos advindos de um planejamento integrado, capaz de tornar os níveis diretos da administração pública como executivos afinados, focados no cumprimento das metas e dos objetivos, assumindo postura de mensuração de resultados continuamente, aplicando as restrições pelos desvios, porém interligando as medidas de qualidade geradas pela criatividade de cada região, as incluindo no projeto nacional.
A verdade absoluta é que a escolha não contempla critérios de qualificação e mesmo que não fosse assim, a delegação de competência e alçada está desregulada, não permite o seu funcionamento para o cidadão comum, formam-se guetos proprietários da vida das pessoas, controlando os direitos constitucionais como meio de “cativar” votos para as próximas eleições, guardando liberações a partir do segundo ano de mandado, gradativamente, de forma a tornar vivas nas mentes dos eleitores os seus feitos.
Nesta hierarquização e nestas delegações de competência e alçada tem, internamente, a guerra fria entre mandatários e guetos partidários que se sustentam controlando os níveis mais baixos da escala, da mesma forma que ocorre com os cidadãos-eleitores.
Esta estrutura movimenta o marketing político que conduz de forma inteligente a transferência de responsabilidades e isenta ou faz da imobilidade dos gestores uma figura vítima aos olhos dos eleitores que, ao saberem que o superior é o culpado, não tem acessibilidade de fazer a cobrança, cobrança esta que é exaustivamente feita pela mídia nacional como reflexo dos resultados negativos da atuação das pontas desta estrutura vigente.
A acessibilidade aos direitos constitucionais se dá através das instituições que são formadas por pessoas, brasileiras, lutadoras e muitas exercendo as funções como um sacerdócio, sem infraestrutura, salários baixos, sem segurança e, ainda, sem a consideração merecida não só pelas autoridades, mas em muitos casos pelos pais.
A inércia deste modelo é transferida para outras razões, parecendo que há interesses que não permitem quaisquer ações neste sentido, inclusive para medidas que não resolverão os problemas, muitas vezes, pelo contrário, agravando ainda por saturar as instituições já saturadas pelo excesso de demanda.
Ainda existe latente o boicote da oposição que perde o pleito, fazendo junções aos mandatários que decidem para esvaziarem aquela administração, o que deixa a população sem os benefícios vindos da distribuição dos recursos e ou de bens e serviços.
Tudo que não funciona no Brasil é atribuído à falta de investimento. Entretanto, nenhum político ou partido tem a coragem e a determinação de tomar as medidas que estejam sob sua responsabilidade para fazer acontecer, pois certamente estará comprando antipatias internas e prejudicando interesses de correligionários.
Contudo, com certeza, está nesta estrutura e modelo de gestão a origem e a manutenção dos desequilíbrios sociais, tais como a violência, a vulnerabilidade da economia, a precária saúde, a educação.
As nossas instituições necessitam de nova linha de pensamento em gestão, revisando conceitos e funções, para atender às demandas sociais que, de vento em popa, a sociedade vai desenvolvendo e trazendo mudanças nos comportamentos, advindos como reflexos da ausência de referência, fator que deixa desnorteados os rumos da disciplina social.
Agrava-se, ainda mais, o modelo do monopólio em nossa comunicação que acaba ficando no controle das ações de nossos executivos governantes, direcionando informações superficiais e as tornando verdades em grande parte da população que não possui base comparativa capaz de exercer e de elaborar a própria opinião.
Em visita a diversas cidades do interior, é comum ouvir que as dificuldades existentes são fruto da omissão de governantes superiores e, assim, distribuir remédios aos doentes ou colocá-los numa ambulância para cidades melhores estruturadas é um forte fator de agregar votos por estar lidando com a vida e atendendo como se fossem benefícios de origem pessoal dos mandatários.
Poderia citar uma gama muito maior de fatos, porém entendo ser suficiente para que o leitor possa perceber à sua volta o que foi dito e o que acontece no dia-a-dia de nossa brava gente.
A acessibilidade aos direitos constitucionais se dá através das instituições que são formadas por pessoas, brasileiras, lutadoras e muitas exercendo as funções como um sacerdócio, sem infraestrutura, salários baixos, sem segurança e, ainda, sem a consideração merecida não só pelas autoridades, mas em muitos casos pelos pais.
A inércia deste modelo é transferida para outras razões, parecendo que há interesses que não permitem quaisquer ações neste sentido, inclusive para medidas que não resolverão os problemas, muitas vezes, pelo contrário, agravando ainda por saturar as instituições já saturadas pelo excesso de demanda.
Espero que tudo que está sendo colocado, extraído do diagnóstico técnico e vivencial, produza algum tipo de reação proativa no sentido de iniciarmos um caminho para a formação de uma sociedade que tenha o Equilíbrio Social.
É preciso pensar que todo este desequilíbrio social é fonte de desperdício de recursos que poderiam estar a serviço do desenvolvimento, da pesquisa científica, da melhoria das infraestruturas, da redução e erradicação de doenças, da mortalidade infantil e de parturientes, da concessão de acessibilidade ao povo brasileiro, a cuidar dos idosos em proteção e proventos de aposentados dignos das contribuições feitas durante a vida produtiva e outros tantos benefícios, além do cumprimento da nossa Constituição Federal.
Portanto, a economia do país seria assistida tendo como base uma população em desenvolvimento contínuo, equilibrada, produzindo o necessário para a sustentabilidade do país e teremos menor volatilidade em relação ao mercado internacional.
Assim, fica demonstrado que este modelo é o responsável por toda esta situação que vivenciamos nos dias de hoje, crises institucionais e econômicas de tempos em tempos, baixo nível de atendimento aos direitos inalienáveis de cada cidadão brasileiro.
Precisamos criar, no novo modelo, a empatia para com as pessoas, eliminando a frieza e voltando o brasileiro ao status de gente, não somente mais um número nas estatísticas e como simplesmente meros consumidores.
É possível! Tem solução! É preciso coragem! É preciso determinação!
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